quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Guerras são sempre injustas?

 Joseph Conrad, escritor polonês que aos 23 anos passou a escrever em um primoroso inglês, disse em sua obra "Nostromo":

Em época alguma da história do mundo tiveram os homens qualquer dificuldade de infligir tormentos corporais e mentais aos seus semelhantes. Tal aptidão lhes veio da crescente complexidade de suas paixões e do precoce refinamento de sua engenhosidade (p. 333).

A obra é de 1909, a mensagem é atemporal.

O direito de defesa contra atos de terrorismo, como foi o caso de Israel contra o Hamas, tem despertado polêmicas que vão além da guerra. Posições à esquerda, à direita, paixões extremadas, discursos de chefes de Estado, de organizações, de associações humanitárias, reportagens com as cenas mais terríveis de tortura de um lado e de devastação e destruição de outro lado.

A guerra começou com atos de terrorismo, portanto, não se tratou de uma guerra "convencional", houve tempo, financiamento, treinamento, planejamento para infligir morte de civis, esconder reféns e contar com o fator surpresa. Surpresa não só para israelenses, também para os próprios dois milhões de habitantes da faixa de Gaza. 

A defesa de Israel precisa desmontar a capacidade assustadora de infiltração dos terroristas do Hamas entre os palestinos. A vida na Faixa de Gaza que já era difícil em tempos de "paz", pois havia absoluta necessidade de ajuda humanitária, a maioria pobres, sofre com os ataques de bombas e tanques, mas ela própria é uma população refém. Povo que precisa professar uma crença, que precisa se sujeitar a ver meninos instruídos para matar, para odiar, e sem opção, aceitar ser comandado de fora pelo Irã e pelo Hamas, cujos chefes moram luxuosamente no Catar. E ainda a questão territorial, uma fronteira de poucos quilômetros fechada com cercas aramadas. 

Sofrimento sem fim.

De seu lado, Israel precisa enfrentar organizações terroristas, defender suas fronteiras e se haver com a opinião pública ocidental. Nessa corrida de ratos em túneis, de detenção de reféns, de acusação de morticínio de crianças, Israel ficou do lado digamos assim, antipático, opressor, cruel, defendido pelo monstro do capitalismo mundial, os EUA.

Ora, guerras são sempre cruéis, se são ou não justas, não há como responder à pergunta do título.

Mas há que dar publicidade a certas tomadas de posição, no caso do Brasil, o presidente que faz declarações e acusações destemperadas, em aliança com a esquerda radical, antissemita, e claramente ignorante de fatos, de reportagens que mostram a situação mais de perto, mais próxima do que seja enfrentar o terrorismo islâmico.

Eles estão matando inocentes sem nenhum critério. Jogar bomba onde tem crianças, onde tem hospital, sob pretexto de que um terrorista está lá, não tem explicação. Primeiro vamos salvar as crianças e as mulheres e depois a gente faz a briga com quem quiser. (Lula, novembro de 2023)

Qual critério é preciso ter? Critério em guerra? Há sim terrorista dentro do maior hospital de Gaza, e em túneis. O Hamas usa civis como escudos! "Fazer a briga com quem quiser". O que é isso, presidente, isso são termos?!

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