segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

O que é Filosofia Cristã?


Como se sabe, a influência de Aristóteles na Filosofia Cristã foi significativa. Os escritos de Aristóteles já eram conhecidos pelos filósofos árabes, e quando chegaram à Europa no período medieval, acenderam uma acirrada polêmica, pois havia muita discussão entre os que ensinavam Teologia e os que ensinavam Filosofia nas universidades. O problema era a questão de Deus como criador para os filósofos cristãos diversamente de Aristóteles que havia demonstrado pela razão, não pela fé, que a causa de tudo é o primeiro motor. Por isso os conceitos de Aristóteles foram proibidos. Acontece que seus ensinamentos já vinham sendo estudados e eram convincentes. Daí a proposta de conciliar a doutrina cristã com os conceitos de Aristóteles.  
E essa tarefa coube a São Tomás cujos estudos impulsionaram o movimento escolástico, que se iniciara no século IX e que foi até o século XV. Os filósofos cristãos reinterpretaram os conceitos filosóficos à luz dos ensinamentos teológicos. 
O ponto de partida da filosofia cristã é a noção de causa, todos os seres são causados, se há começo e fim, deve haver uma causa geral, ela determina a essência de cada ser. Chega-se a esses seres por meio da experiência dos sentidos, o conhecimento imediato de todos os seres se dá pela razão natural que pergunta pela causa da perfeição nos seres sensíveis a que ela, razão natural, tem acesso. A resposta é: Deus. 
Os seres materiais não podem ter advindo da própria matéria, pois como ensinara Aristóteles, em tudo age uma causa eficiente, quer dizer, que move, que faz com que os seres sejam o que são, sua essência. A matéria não pode gerar a matéria, assim como uma substância não pode ser a sua própria causa eficiente.  
Daí a diferenciação feita por São Tomás entre a existência e a essência dos seres. Como a essência "funciona" nas substâncias, isto é, no cerne dos seres?
 A mais determinante de todas as essências, é a de Deus, nele essência e existência formam uma unidade, assim Deus não se diferencia, não sofre determinações como ocorre com as demais espécies. Se disséssemos que Deus existe, deveria ocorrer mudança, se houvesse mudança Deus não poderia ser criador de todas as coisas. Sendo perfeito, não muda nisto ou naquilo.
O nível seguinte é o da realização da essência nos seres dotados de alma ou intelecto. A alma é insubstancial, não depende da matéria, o corpo é apenas o modo pelo qual a alma é a de cada pessoa, ela é a forma do corpo, forma no sentido de Aristóteles (matéria/forma). Para a filosofia cristã a alma é individual e imortal. 
Por último, há a essência que determina as substâncias materiais, concretas, que se compõem de matéria e forma, finitas, sua essência vem da matéria responsável pelas características das espécies e dos indivíduos. Trata-se dos diversos seres em sua variedade, que podem ser reconhecidos e diferenciados uns dos outros.
Na linha da filosofia cristã tomista, não se pode atribuir predicados a Deus, como dizer "Deus é fiel". Não deveria ser o contrário, o crente é fiel a Deus? 
Em aberto ficam as questões da infinitude e da eternidade, para uma outra postagem.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

O Ministro da Deseducação

Vélez Rodríguez, atual Ministro da Educação, ao invés de promover os princípios básicos do ensino brasileiro, comete uma série de impropriedades, generaliza, critica o que não conhece, propõe a volta de uma disciplina que desfigura o sentido do que é ensinar e aprender valores.
Não precisamos de moral e civismo nas escolas e sim de ensino com qualidade, com seriedade, com formação e valorização dos professores.
Se é pernicioso impor ideologia marxista ou gramsciana, de nada resolve descambar para o lado oposto e impor uma ideologia de tipo Deus/Pátria/Família, com cheiro de fascismo.
Chega, basta de imposições ideológicas da esquerda, com suas percepções distorcidas da realidade social, histórica e econômica de nossa sociedade. 
Basta de enaltecimento de conceitos ultrapassados como luta de classes, demonização do capitalismo, pregação de que a propriedade é um mal. 
A produção econômica é obviamente indispensável, e se o capitalismo pode gerar distorções, estas podem e devem ser reguladas pelo Estado e por meio de recursos do próprio sistema produtivo.
O outro lado da moeda:
Qualidade de ensino sim, e isso não requer que se instaurem o que prega o movimento "escola sem partido".
Educação, justamente, não é ter ou não ter partido.
Educação é dispor de meios para instruir, socializar, formar, informar, discutir, levar crianças e jovens a usar da linguagem, de conceitos, à compreensão do mundo em termos de história e geografia locais e globais. Preparar jovens para a vida social, para o trabalho, para saberes e profissões. Despertar o interesse, tornar o processo educacional produtivo, fecundo. Debater ideias e conceitos. Expor, explicar, o que são e como funcionam ciências, técnicas, tecnologias. Dar instrumentos para analisar, sintetizar, usar a inteligência, a linguagem, o pensamento. Capacitar para o futuro pessoal e profissional do jovem.
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Rebeldia, comportamentos execráveis de alguns jovens no exterior não se resolvem com Hino Nacional e sim com educação de qualidade! 
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Nota: 
Meu ponto de vista de professora durante 40 anos: Bolsonaro deveria demitir Vélez Rodrígues. Em tempo, idem a Damares.