segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Escola é para ensinar e aprender, nem com partido e nem sem partido

Há décadas os alunos que se formam nos cursos de licenciatura, em especial Pedagogia, Sociologia e História, devem se adequar a uma linha de pesquisa, a do marxismo, a da dialética, a gramsciana. 
Seus trabalhos, dissertações e teses seguem as noções de que a história é a dos oprimidos, que desde os gregos e romanos há uma divisão de classes sociais, e que o capitalismo é intrinsecamente prejudicial, deve ser substituído pelo socialismo, que os povos indígenas e os pobres representam a salvação da sociedade, que a exploração capitalista é a mãe de todos os males, que as lutas devem se pautar pelo banimento do capital, do investimento estrangeiro, que o FMI e a política norte-americana impedem que a pobreza seja erradicada, que a propriedade privada seja distribuída, que a escola seja o lugar dos ensinamentos de Paulo Freire.
Essa linha dura da esquerda se confronta com outra linha dura, a da direita. Ela prega o inverso: que igualdade nunca será alcançada, que as diferenças entre classes sociais são desprezíveis, que o indivíduo está acima das classes. Seu princípio é o do conservadorismo: Deus, pátria, família.

Ora, educar por uma ou outra dessas tendência não é educar, é influenciar segundo uma doutrina, um tipo de pensamento que evita o confronto com a história, com os acontecimentos, com as ideias. Impede o argumento, a liberdade que o professor deve exigir para si, a cabeça arejada, livre das amarras doutrinárias sejam elas a de que produzir é explorar, ou a de que basta empreender, investir, lucrar a qualquer preço.
Estudos sérios da história, da sociedade e da economia nacional e a história das sociedades como um todo, são raros, é preciso que novas gerações façam um esforço nesse sentido, E como? Por meio da pesquisa de fontes, checando a idoneidade delas, pelo estudo sério e comprometido com o aprendizado, e sempre com liberdade para criticar, para apontar eventuais erros, e, principalmente entender que não há a verdade.
O que move a história dos povos e nações não é exclusivamente o interesse econômico, nem os valores sacramentados da cultura branca, europeia, elitista.
O poder não tem dono, seja um partido político, sejam as classes superiores que impõem valores como se fossem intocáveis.
Somos povo, somos povos, somos diversos, nosso bem maior é a autonomia, a capacidade de decidir de acordo com princípios que passaram pelo crivo das leis, dos direitos, da liberdade de expressar ideias e valores, da discussão pública dos mesmos.
O descrito acima requer democracia, espaço público de discussão, a qual depende de informação, de conteúdo sério, de livre comunicação, de investimento na educação. A função primordial das escolas é formar pessoas aptas e educadas, e não gado a ser conduzido. Que os professores precisam vir capacitados a lidar com crianças, adolescentes e jovens, os quais não são rebanho a ser conduzido cegamente por uma ideologia ou doutrina. Que é preciso informar, capacitar, exercitar o poder de agir, de elucidar, de entender que em toda sociedade há fatores econômicos (trabalho, capital, investimento, produção), fatores sociais (educação, regras de convivência, possibilidade de ascensão social, liberdade de pensamento), fatores políticos (partidos, leis, direito, governo, a harmonia e o respeito entre os três poderes).
Professores não devem se submeter à bibliografia de seu orientador (linha de pesquisa de orientação marxista/gramsciana), nem devem ser submetidos a regras de conduta obrigatórias penduradas em sua sala de aula (proposta do movimento "escola sem partido").

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