quinta-feira, 29 de junho de 2023

A ética do dever e do compromisso

Como devo agir? A resposta óbvia, depende das circunstâncias. Sim, mas há princípios dos quais dependemos para tomar decisões. Isso está certo, é correto, quais são as consequências do meu ato, mostram que a pessoa age de acordo com uma ética, às vezes sem perceber que sua decisão implica dever e compromisso. 
Outras vezes é justamente o contrário, pessoas pensam assim: tanto faz se eu fizer isso ou aquilo, não tenho nada a ver com isso, cada qual que cuide de si, os outros que se danem, eu quero sair ileso/a, é melhor fechar os olhos. Esse tipo de juízo de total indiferença do calculista, representa egoísmo, narcisismo, e chegará o momento em que ele será cobrado.
Isso porque toda ação engaja a vida mesma daquela pessoa,  em que sempre há valores envolvidos. 
Como saber disso? Há um filtro ético fácil de ser usado: essa minha atitude, essa ação resulta em efeitos sobre si e sobre os outros, quais são esses efeitos, prejudiciais ou benéficos? 
Pensar que é sempre possível se safar, que ser mesquinho/a se justifica porque ninguém é perfeito, porque todo mundo faz, porque ninguém está vendo, porque não há punição, são atitudes tão habituais que passam batido, não se pensa sobre as consequências, os interesses são no curto prazo. Exemplos:
"Não preciso fazer o serviço caprichado, o patrão não vai notar", "Meia boca já está bom", "Ninguém tem nada a ver com isso", "Não tem gente vendo", "O mundo é dos espertos"...
Mas não seriam esses hábitos todos perfeitamente justificáveis?
Aí é que entram em jogo dois conceitos, o universal e o particular.
O universal: "Não faça ao outro o que não quer que façam a você".
O particular: "Aja sempre em seu próprio interesse".
A ação ética é universal, implica em se colocar no lugar do outro, agir com autonomia e liberdade.
A ação que visa seu próprio interesse faz parte do perde e ganha, tais como aplicar suas economias, pagar dívidas, negociar ações, com regras do mercado, do comércio, do dinheiro. Nem boas, nem más? Mas até mesmo ao negociar há o correto e o incorreto, o deslize para o roubo, a ganância e a ambição desmedida, quer dizer, atitudes antiéticas.
O que leva a pensar que, no limite, a ação humana sempre implica valores, deveres e compromisso. O que falta, então? Consciência, educação, respeito.

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