domingo, 28 de abril de 2019

O que é a priori? O que é a posteriori?

Na fala do dia a dia empregamos esses dois termos. Entre os franceses é bem comum ouvir-se "a priori" como sinônimo de "antes", "previamente". E "a posteriori", menos usado, significa "depois de algo".
Os usos e implicações dos termos em filosofia são mais intrincados.
Além disso, pressupõem toda uma concepção de Teoria Conhecimento e até de Ontologia e Metafísica.
Por exemplo, para os empiristas como Locke, e para o positivismo lógico do século XX, todo conhecimento passa pela experiência, quer dizer, é a posteriori, e só assim pode receber um emprego, uma validação, um sentido. 
A palavra-chave para o conceito de a posteriori é experiência, isto é, foi preciso usar um fazer, uma prática, observar, testar, e depois validar. 
No terreno da lógica e da metafísica, o a priori é que faz sentido. Impossível pensar, conhecer, chegar a resultados sem o uso de recursos que independem da experiência. Por exemplo, resolver um teorema ou concluir um raciocínio do tipo silogístico.
Se todo A é B, e C é A, então C é B. Inclusão, maior que, exclusão, enfim, para raciocinar, bastas usar dos recursos a priori.
Mas e se a questão for, como se usa, por que faz sentido um cálculo ou um raciocínio?
É sempre referido a um acontecimento, a atividades humanas, à nossa compreensão do mundo, à nossa relação com a realidade que as conclusões a priori, que em princípio não dependem da experiência, fazem sentido. Em outras palavras, impossível desligar da ação humana prática e teórica, o que se sabe sem que fosse preciso usar nossos sentidos e nossas experiências.
Nas ações humanas, o a priori tem sempre um uso, e isso para os pragmatistas como J. Dewey, só enriquece a experiência e a vida. Esta exige o pensar abstrato, que leva ao concreto e deste de extraem resultados.
Kant, que não foi por esse caminho, acabou concluindo também que o puro a priori precisa de sínteses retiradas da experiência, mas que não se detêm na lida prática. A pura experiência é cega se não for comandada pelo raciocínio, e este é vazio se não receber conteúdos retirados da experiência. Os juízos sintéticos a priori comandam nosso conhecimento. 
Para saber mais, acessar postagens sobre o grande Kant.

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