sábado, 13 de abril de 2019

A maiêutica socrática


De Sócrates o mais importante a reter, foram ensinamentos que espelhavam sua própria forma de vida. Ele mexia com a cabeça das pessoas, em especial os jovens, seu modo de vida era muito simples, e sua missão, a educação e a formação da juventude. Costuma ouvir sua voz interior, que ele chamava de seu “demônio”, e essa voz lhe dizia que filosofar era dialogar. 
Poderia o professor de Filosofia usar o método socrático?Creio que sim, formular perguntas instigantes e ouvir seus alunos, mesmo que as ideais deles ainda seja trôpegas. Indagar, por exemplo, qual é a finalidade de suas vidas, o que entendem por justiça, quais seriam os valores mais importantes, como usar com clareza e sabedoria as palavras, o alcance e definição de conceitos como "existência", "abstrato", "pensamento", e de valores como bem, mal, justo; quais seriam as virtudes que deveriam conduzir suas vidas, e assim por diante. 
E que para atingir as metas propostas, seria preciso teorizar, pensar, refletir, e que essas ações exigem conteúdo, leitura, informação. Sócrates acreditava que ensinar a pensar era iluminar a alma, retirá-la de sua ignorância. E, por isso mesmo, os jovens deveriam partir do princípio de que "nada sabem", admitir sua ignorância é o mesmo que desejar saber. Como empregar tal conceito, essa simples questão faz com que se tome consciência do que a pessoa é, ela passa a questionar seu modo de viver, seus preconceitos e é levada pela razão, a entender suas motivações. 
Essa introspecção é condição necessária, segundo Sócrates, o espírito se liberta, o diálogo leva a suplantar noções que antes eram tidas como certas, e assim se poderia reconstruir o conhecimento. Para Sócrates o ideal é uma vida guiada por valores, o mais alto deles, a sabedoria. 
O método da parturição de ideias, foi inspirado pela mãe do filósofo, que era parteira. Extrair ideias significa levar o jovem a entrar dentro de si, sempre conduzido pelas perguntas do mestre. O professor de Filosofia conduz as questões pertinentes a um tema, por meio do por que, do como, de como você sabe disso, das razões que levaram o aluno a tal ideia E isso nada mais é do que a "arte do diálogo". Platão aprendeu essa arte com Sócrates, seus escritos tomaram a forma do diálogo que conduz, primeiro, ao reconhecimento das dúvidas, depois à afirmação e ao conhecimento dos temas filosóficos.
Os alunos podem a princípio estranhar que se fale em alma, interioridade, valores, sabedoria. Cabe ao professor demonstrar que na cultura grega havia a crença em uma alma eterna, que retorna ao corpo, sua prisão, e que almeja o divino.  
Essa seria uma deixa para contrastar com a cultura moderna, e levar a um debate ou pesquisa sobre valores, religiosidade, crendices. 
Um pouco trabalhoso, mas que vale a pena tentar. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário