segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Os perigos do conservadorismo

 Está em alta pessoas e personalidades dizerem alto e bom som: "sou conservador", "sou conservadora".

Ao enaltecerem esse conceito, que é tanto político, como moral e ideológico, dão demonstração de que elas, e apenas elas, estão do lado certo, do que é direito e do que deve ser seguido, cegamente.

Esse é o problema principal desta postura, considerar que não há verdade, nem bem, nem consideração pelo que outras posições preconizam. Há um só e verdadeiro lado, este que eu vos anuncio. E entram aí temas e questões sociais, pessoais, de credo religioso, de partido político, tais como ser favorável à vida, educar para saber empreender, como se essas bandeiras fossem sagradas, ou melhor sacramentadas. Alguém é favorável à morte?!

A falta de visão do todo de uma sociedade, de seus recursos, de seu funcionamento político e jurídico, tem a intenção nunca confessada, de arrebanhar, quer dizer, de colocar as pessoas dentro de um círculo mágico de redenção de todos os pecados, como se discursassem de um púlpito e estivessem trazendo a boa nova.

Esse modo de driblar as consciências, de influenciar, precisa dispor todos como que em bando, pois apenas quando em bando as pessoas seguem seu líder. Algo próximo à doutrinação, se um lado for o detentor da verdade iluminada, isso coloca todos outros como sujeitos ao gueto, à sarjeta, o que fica evidente no tom de bravata com que anunciam as suas "verdades". Isso é o conservadorismo.

O conservadorismo, portanto, é muito diferente, por exemplo, de um partido político atuante no parlamento inglês, em que liberais e conservadores se defrontam e se sucedem no poder, sem precisar colocar o seu adversário no lado "errado". Ora, é isso o que o conservadorismo precisa para se impor, entender que os outros são sempre falhos.

Em sociedades multifacetadas, a representação é igualmente multifacetada. Há um nome para isso, democracia, ouvir todas as vozes o que só é possível em regimes democráticos, cuja constituição elaborada por parlamentares é o guia, o farol que os próprios responsáveis não podem e nem deveriam poder ofuscar.

Posar de santo ou santa, considerar que pautas de um conservadorismo tacanho, ainda assim perigoso, pode prevalecer, ou melhor, segundo esses conservadores, deve prevalecer, é o mesmo que entronizar nas democracias o fanatismo. O tom profético fala por si, o sorriso benfazejo disfarça o fim doutrinador.

Isso é exagero? Lições da história mostram que não: nazismo, fascismo, comunismo, terrorismo, e, muitas vezes sem a violência explícita, por meio de doutrinação. Venha de que lado vier, a doutrinação prepara o futuro ideólogo e perpetrador.



Menino soldado

Nenhum comentário:

Postar um comentário