sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Qual é a mais importante questão da Ética?

  A questão fundamental da Ética é a do BEM. Como avaliar o bem, como distingui-lo, como saber se é do bem que se trata e não de um prazer ou de uma satisfação interior?    

É preciso avaliar a importância, a duração, a extensão, as consequências do ato, da situação, das pessoas envolvidas e da intenção, ou, para usar um conceito de Santo Agostinho, a boa vontade.

Um problema: será que há risco de relativismo se formos levar em conta a situação e a intenção? Ser relativo ou absoluto não são critérios adequados para entendermos o que é o Bem, por isso mesmo não representa risco algum afirmar que o bem vale absolutamente ou que depende disto ou daquilo. Em geral esses critérios servem de desculpa para escapar da dificuldade de entender a noção de bem e o que ela representa. Quer dizer, é uma saída pela tangente, uma discussão inócua.

Não percamos tempo, portanto com a questão de se o seu valor se é absoluto ou se é relativo. 

Será que o bem é uma sensação semelhante à do prazer? Para um filósofo epicurista, faz sentido. Entretanto, se formos considerar os efeitos do prazer, caímos novamente na questão da relatividade e da fugacidade dos prazeres. 

Talvez uma experiência ou casos concretos possam ajudar. Preservar, ajudar, amar, importar-se, saber e poder avaliar as consequências, responsabilizar-se, ser honesto, sincero, aberto, essas atitudes e valores são indício de bem.

Assim nos aproximamos dos caminhos que levam ao BEM. São atitudes, elas podem ser resumidas no verbo, portanto, em uma ação, a do cuidar e a do considerar. Cuidar de si, dos que nos são próximos, do que nos cerca, sermos íntegros e levarmos em conta o outro. Age de tal modo que sua ação possa servir de exemplo, de critério; a justa medida, o equilíbrio; as escolhas responsáveis. 

Assim o BEM desce do mundo platônico das ideias para alojar-se em nossas mãos.

 

  


 


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