segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Receitas de bem viver

Para Aristóteles:
Dois tipos de virtudes: intelectuais, decorrentes da educação, é preciso cultivar a sabedoria prática e a intelectual, como se vê, para ele a discussão sobre se educar é mais algo técnico ou teórico não faz sentido. É preciso ambas, e a elas se acrescentam as virtudes éticas, levar uma vida com prudência, equilíbrio, adquirir bons hábitos, sendo a regra principal a do justo meio, a temperança ou moderação, e isso não é fácil. Agir com raiva e pelo impulso do momento, e o que hoje se vê: gastar demais, xingar nas redes sociais, exibir suas vaidades e conquistas efêmeras, se comeu isso ou aquilo em qual restaurante, e mandar o tempo todo aqueles conselhos banais só para mostrar serviço. Quanta mensagem vazia e sem sentido...
Para Sto Agostinho, o livre arbítrio e a boa vontade são essenciais. Quer dizer, usar seu próprio discernimento, parar para pensar e decidir conforme sua consciência. Para os cristãos, a partir dos 7 anos a criança se torna capaz de saber o que está fazendo, portanto, deve e pode ser responsabilizada pelos seus atos, e com isso ganhará confiança em si, mais autonomia. E que dizer da boa vontade? Para Agostinho, é o maior dos bens, porque depende apenas da pessoa, não requer riqueza e nem poder, e mesmo se vier a perder cargos e poder, lhe resta esse bem, ninguém pode tirar de ninguém a boa vontade. Mas como obter esse dom? Por meio de ensinamentos, pela prática das virtudes, desejar o bem, saber que dificuldades sempre existirão e que enfrentá-las com boa vontade, quer dizer, com ânimo superior, com iluminação interior, a vida seguirá seu curso.
Para Descartes, esse "olho interior" também importa. O exame de si, de seus atos, de suas possibilidades é que abre caminhos. Mas temos desejos, ambições, competimos, precisamos sobreviver. O que Descarte diria quanto a essa corrida desabalada? Modifique seus desejos e não a ordem do mundo! E ainda com uma dose de dúvida, que desconstrói para reconstruir mais adiante. Examine suas opiniões e crenças, suas preferências e com muito zelo e cuidado, examine suas paixões cegas, estar colado a certo partido, a certo líder, a certo "guia" que tudo sabe, e usar a suspeita, pôr na balança para substituir essas crenças arraigadas por atitudes amparadas pela razão e não pela emoção.
(Nas próximas postagens mais "conselhos filosóficos", que são de graça, como se diz popularmente)

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