quarta-feira, 4 de julho de 2018

Filosofia Contemporânea (II)

Como dissemos na postagem anterior, destacam-se ainda na Filosofia Contemporânea o existencialismo e pensadores independentes.
O existencialismo, Sartre: a diferença entre o ser em si que são simplesmente as coisas e a existência humana como escolha, liberdade e ação consciente, saem do próprio nada que vem ao mundo por meio do homem e seus projetos. Isso leva à total responsabilidade, à angústia da plena liberdade da existência, sem Deus, lançada por acaso no mundo. Ignorar a liberdade e o engajamento pessoal diante das escolhas seria delegar ao outro o que cabe a mim somente. Eu que nada sou tenho que realizar o sentido de minha existência, devo decidir e me responsabilizar pelas decisões.
Heidegger: caracterizam o pensamento do filósofo o rigor, a crucial importância dos primeiros filósofos, a existência humana como ser-aí no tempo e tendo que se haver com a sua finitude, o ser-para-a-morte. Num segundo movimento, Heidegger dá uma guinada em direção ao Ser já não mais do homem e sim da força plena que se abre para o homem por meio da linguagem. E ainda o desvelar da verdade. Verdade com a qual teve que se haver devido ao seu comprometimento com o nazismo. Reconheceu que nazismo nada tinha a ver com a força vital do Ser.
Wittgenstein: hoje chamaríamos o filósofo de gênio multitarefas. Inventor, lógico, matemático, metafísico, antimetafísico, destaca-se pela originalidade de suas propostas, que foram como que arrancadas com esforço e exigências autoimpostas. Como solucionar a questão do sentido se precisamos da nossa linguagem para justamente obter sentido? Se precisamos de formas que a linguagem oferece, podemos utilizá-las como escada atirada fora ao final do processo? Ou a alternativa não seria permanecer com os usos diversos da linguagem ("jogos de linguagem") em situações absolutamente ordinárias de nossos modos de vida? Wittgenstein deu a si e à Filosofia essa última tarefa: não quebrar a cabeça com enigmas que nós mesmos colocamos, dissolver problemas filosóficos na vida cotidiana.
Foucault: quais foram e quais são os artifícios inventados por diferentes tipos de saber que resultaram nesse tipo de sujeito submetido a normas sem origem nobre, ontológica ou metafísica? Foram "saberes de pouca glória" e práticas que passam batido pelos filósofos. Para reconhecer seu papel, há que ir para a história, para a produção de recursos não os das grandes causas econômicas ou sociais, mas as invenções como circulação de mercadorias, tipos de penalidades, discursos médicos, asilo psiquiátrico, exame e enquadramento a fim de obter certo tipo de comportamento, efeitos do dizer verdadeiro. Enfim, fazer-nos entender do que somos afinal feitos e refeitos. E assim visualizar brechas de liberdade e de reinvenção de si.

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