sábado, 1 de outubro de 2016

Três modelos para a Filosofia Social

Em qual desses modelos a sociedade atual se encaixaria?

Hobbes (1588-1670) viveu na época do absolutismo inglês, em sua obra mais famosa, O Leviatã diz que os homens agem por impulso, são ambiciosos e egoístas. Eles se esforçam para sair de situações desagradáveis, de tudo o que traz dor e sofrimento, em sua luta pela sobrevivência ou age e vence ou sucumbe e morre. Antes da constituição da sociedade, no estado natural, a guerra era de todos contra todos, o homem lobo do homem, vence o mais forte ou o mais astuto. O desejo de poder só acaba com a morte. Como não há garantia de deter o poder e os meios para viver, a luta se perpetua. O pacto pela paz visa o interesse de obter um poder absoluto, que mantivesse todos sob o comando do Estado. Ao soberano os súditos conferem toda a força e mando com relação à vida, à propriedade e a aplicação da justiça. Aceitar o poder soberano é o único modo de sobreviver.

John Locke (1632-1704) lançou as bases do pensamento liberal inglês, viu a Revolução Gloriosa (1689) derrotar o autoritarismo dos Stuart. O parlamentarismo e o governo constitucional adotaram os princípios da livre iniciativa, livre concorrência e liberdade de credos. O poder nasce do acordo entre partes, a propriedade, e tudo o que os indivíduos conquistam pelo trabalho, a eles pertence. A sociedade é formada para satisfazer necessidades e exercer ampla e livremente seus direitos.

Rousseau (1712-1780) preconiza a igualdade de todos, o povo como soberano em Do Contrato Social. Ao contrário de Hobbes, para Rousseau o homem no estado de natureza nada tinha de egoísta, como podia satisfazer todas suas necessidades, a natureza proporcionava tudo de que tinha necessidade, não havia comércio, guerra, competição.
A propriedade de bens e terras gerou desigualdade, e somente com a evolução da sociedade civil e a liberdade como um direito fundamentado em contrato é que surge a organização política. Os homens se dispõem a perder o que lhes cabe individualmente em benefício de todos, do corpo político. Nessa união de todos, cada um obedece a si, e permanece livre.

Hoje diríamos que Hobbes oscilaria entre o realismo (guerra, violência, milhares de refugiados, tráfico internacional de armas e drogas) e o pessimismo: a solução é manter todos sob a força outorgada a um poder absoluto?
Locke defende a propriedade, a liberdade e a constituição, fundamentos necessários e ameaçados por ditadores e pela imposição de um só credo, que pode levar ao terrorismo.
Rousseau, a utopia da igualdade exige abrir mão da propriedade, a liberdade possível é delegada à vontade geral. O próprio Rousseau afirmava ser difícil que um povo permanecesse em associação duradoura, seria preciso que o Estado fosse pequeno, cidadãos deveriam poder se conhecer, os problemas simples de resolver, igualdade apenas com pouco ou nenhum luxo.

Assim, democracia ainda que não perfeita, obediência à constituição, rigor da lei aos que dela fogem e estaríamos no melhor dos mundos.
Passo importante: eleição dos mais honestos e mais capazes, não à corrupção, simples assim. E, ao mesmo tempo, difícil.

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