segunda-feira, 7 de março de 2016

Orquídeas no meu quintal

Seria ótimo se não houvesse necessidade de um "dia internacional da mulher", mas infelizmente ainda há.
Sabe-se e pouco se faz contra a violência à mulher (física, moral, mental) em várias culturas. Proibição de dirigir, de trabalhar, de ir à escola, de conservar íntegra sua sexualidade. Isso causa sofrimento e rebaixamento da condição feminina.
Em países ocidentais, nosso inclusive, há ainda um autoritarismo ora explícito, ora velado: mulheres ganham menos, cabe  elas "se virarem" com os filhos, se ganham mais que o marido, são humilhadas de outras formas.
Não há, da parte dos homens nada parecido com "a condição masculina". Civilizações há milênios atribuíram ao masculino, ao másculo, ao pater familiae o comando da casa, dos bens, a eles sempre foi dado o papel condutor, nos negócios e na guerra.
Os papéis femininos se restringiam à casa e aos filhos. Mudanças foram muito recentes, e elas precisam ser lembradas e postas em prática por nós mulheres o tempo todo, sem descanso.
O trabalho da mulher, dentro de casa precisa ser compartilhado e fora de casa precisa ser valorizado. 
Pois bem, tudo isso é mais do que sabido. 
Por que, então, ainda há discriminação?
Veja-se o caso da Filosofia. A quase absoluta ausência de mulheres na história da filosofia indica que o fator educacional pesa consideravelmente. As meninas frequentam a escola há muito pouco tempo. A geração que nasceu no início do século 20, no máximo estudava o antigo primário. Poucas desbravavam as universidades, e isso era visto como ponto pacífico.
A modernidade trouxe comodidades que aliviam o peso do trabalho doméstico, os filhos podem ser cuidados desde cedo por instituições, e isso, aos poucos foi alçando a mulher à condição de produtora.
Assim, educação, informação, trabalho, muito trabalho, permitem que o papel e a voz feminina tenham seu lugar, e nesse lugar não se exigem privilégios e sim reconhecimento.

Tomo as orquídeas que florescem em meu quintal no mês de março como homenagem à condição feminina, que muda e conquista terreno, e ao mesmo tempo se sente bem e confortável em seu corpo e beleza.

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