domingo, 9 de janeiro de 2011

Os cinco elementos

Para os filósofos pré-socráticos, séculos 6, 5 a. C. o cosmo se compõe de 5 elementos: terra, água, ar, fogo e éter.
Os mais pesados ficam abaixo, os mais leves acima. O mar em seu eterno movimento e os rios têm debaixo a terra, o fogo dá calor, abriga e transforma vegetais e animais em alimento; o ar, pneuma é que se respira, sem ele não se vive mais do que alguns minutos; além disso, há o éter, que "banha" tudo, que preenche tudo, pois não há vazio, vazio é não ser, é nada, absurdo que "nada", seja algo...
O mar, a areia, o ar, o calor do sol, estão todos aí, mas de um modo inteiramente diverso. Há poucas dezenas de anos, algumas culturas elejeram a praia para descansar. É preciso proteger a pele, equipamentos para entrar no mar, quase tudo de plástico, quase tudo vira lixo.
Bebe-se, gasta-se, mostra-se o corpo, mas não há ninguém mais percebendo ou sentindo que a base de tudo são sempre os mesmos 5 elementos. Não somos mais básicos, a terra é revirada e mexida em praticamente todos os cantos da superfície terrestre; as águas estão sujas, precisam ser limpas e filtradas, o ar que é sorvido e absorvido, também ficou sujo, até mesmo fedido. O fogo precisa ser capturado e canalizado para depois ser usado. E o éter? Desapareceu...
Ainda fazemos, entretanto, a pergunta elementar pelo por quê de todas as coisas, como todas as coisas vieram a ser. Nossa resposta não se detém mais nos 5 elementos. A ciência, Física e Química, analisam partículas e a estrutura elementar da matéria, mas o objetivo é poder: poder usar, poder transformar, poder produzir, poder vender, poder consumir.
Poder apenas pensar e deduzir, bem, isso ficou lá trás. A pergunta mais elementar que os filósofos, religiosos, místicos, artistas ainda fazem, e a possível resposta, não têm mais a beleza e a simplicidade do pensamento antigo.

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