quinta-feira, 18 de junho de 2020

O filósofo enquanto educador

Impossível separar filosofia de educação e educação de filosofia. 
Não é necessário aprender os conceitos filosóficos mais elaborados, importa isso sim, o modo como aprofundamos as questões, como abordamos os problemas, como vamos às raízes das dificuldades e, ao mesmo tempo, sabemos o que esperar no processo educacional.
As perguntas: o que é mais importante, com quem lidamos, quais são os objetivos, o que significa aprender, como alcançar patamares de qualidade e superar dificuldades? Em todas essa abordagens o educador trabalha com princípios e metas, com valores e resultados, com conteúdos e com avaliações, com processos de formação/qualificação e com integração social.
As escolas, os professores, os formadores e os alunos são vidas, são pessoas, são entes sociais que se qualificam para todo o conjunto das atividades de uma sociedade.
Qualidade de currículo é incompatível com treinamento cego, com ideologização, com doutrinação, com militância. 
No dia de hoje, 18 de junho, o governo decide finalmente substituir o Ministro da Educação (enquanto escrevo ainda não ocorreu...) infelizmente não pelas razões mais profundas, isto é, de princípios, justamente de acordo com a relação que deveria haver entre filosofia e educação.
Quero me referir à proclamação feita por Weintraub na reunião de 22 de abril, a de que ele é um militante. Aprendeu com Olavo de Carvalho que precisava introduzir um novo mote, o da escola sem partido. Ora, não só não atingiu o objetivo de peneirar o ensino da ideologia igualmente deletéria dos marxistas que se instalaram nas faculdades de educação, como falhou em inúmeros aspectos.
O que faltou?
Equilíbrio, reflexão, pensar na finalidade do processo educacional, seguir metas de aperfeiçoamento, melhorar a qualidade dos conteúdos e currículos, adotar perspectivas inovadoras, conseguir que os mestres e dirigentes se voltassem para o aluno, sua formação, sua inserção social, derrotar o analfabetismo, melhorar a qualidade do ensino.
Enfim, é um erro acreditar que um lado do perfil de esquerda precisa ser urgentemente confrontado e por quais razões, impor outro perfil de direita.
Ser liberal não é ser escravo do mercado de trabalho como pensam os marxistas. O liberal acolhe abertamente sugestões, esclarece no bom sentido iluminista, até mesmo kantiano, não sufoca, não impõe e trabalha por resultados, melhoria do ensino que no Brasil, ainda mais com escolas fechadas, só piora.
Equilíbrio, olhar o todo, aprofundar, examinar as questões pelos seus diversos ângulos, propor sugestões. Por que isso não é uma prática, em especial no ensino público?!

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