segunda-feira, 11 de maio de 2020

O que é a atitude filosófica?

Trata-se de atitude perante a vida, e, por consequência, perante a morte.
A atitude filosófica não diz respeito a estilos de vida semelhantes aos da lista abaixo:
- Conformistas: baixam a cabeça e preferem seguir normas e regras prontas, sem discussão; o chefe, o pastor, o líder político são obedecidos, basta pertencer a um rebanho e com ele marchar, de preferência repetindo palavras de ordem.
- Interesseiros: seu lema é aproveitar ao máximo, sugar seja o que for, seja de quem for. Vale bajular, vale postar sua imagem, de sua família e amigos, todos prontos em atender requisitos de sobrevivência social e econômica. Fingir, ocultar, escamotear sempre que isso for útil a sua sobrevivência.
- Revolucionários: se revestem com a crença de que sua bandeira, seu lema, seu líder político, seu partido devem não só vencer como dominar  os inimigos, ou seja, todos os adeptos de outras vertentes ideológicas ou doutrinárias. A tática é a do convencimento.
- Gênios iluminados: trazem a ciência e a especialização como único caminho, verdade é a prova científica, os laboratórios são como que templos, fora deles reina a ignorância. Eles teriam sempre razão, gráficos, tabelas, demonstrações filtram todo tipo de ação e pensamento.

Esses são estilos de vida que centram seus valores em atitudes unilaterais. Ora, não há um único modo de ver e enfrentar questões e problemas.
A atitude filosófica requer abertura, amplos horizontes, uma visão do todo, questionar. O que não significa ficar o tempo todo com dúvidas e com um pé atrás, nem cético e nem dogmático.
E isso se consegue com conteúdo, com leitura, com informação de fontes fidedignas, com a firmeza de caráter, de que não há resposta para tudo, mas que, ainda assim, vale perguntar. Mas perguntar com embasamento, e para isso não é preciso ter estudado um ou mais filósofos.
A atitude filosófica é calma, sábia sem ostentação, ouve argumentos, usa argumentos e mostra conclusões possíveis.
A forma dessa argumentação é o diálogo, o estranhamento diante do mistério, entender que não sabemos tudo, que a arrogância do que diz tudo saber deve ser combatida com a humildade do que é possível e devido saber.
Subimos escadas do conhecimento, da ética, dos valores, sem a pretensão de que essas escaladas terão um fim. A não ser o fim de cada um de nós, a morte em nosso horizonte.

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