domingo, 11 de fevereiro de 2018

Nietzsche como remédio para o marasmo ideológico do marxismo

Quem e o que é ser revolucionário?
A esquerda marxista, sim, ela ainda existe e persiste no Brasil, se considera revolucionária, justiceira, suas palavras de ordem são aclamadas e assim não passam pelo crivo da crítica histórica.
Como a história e suas transformações importam?
 Na medida em que fatos e acontecimentos são situados, têm sua singularidade e seus aspectos próprios, a cegueira ideológica recusa vê-los, quanto mais analisá-los. As invés disso buscam um ideal, valores, plenitude, a finalidade dos movimentos de classe como superação da ordem econômica burguesa, mitos como Guevara. E com tudo isso se acham do lado do bem geral, como se a realidade histórica, social e econômica (leia-se "capitalismo") fosse o lado do mal.
Um pouquinho de Niezstche serviria para por no chão esses ideais revolucionários, cujos modelos incluem os caudilhos de Cuba e da Venezuela.
O pressuposto desse tipo de pseudo reflexão, é o da revolução, o de que a história encaminha-se para um fim, glorioso, a vitória do oprimidos (antes eram chamados "proletários").

Nietzsche, como observou Foucault em "As Palavras e as Coisas", incendiou essa determinação causal, esse fim dos tempos, como a morte de Deus. Nossa! Que escárnio, diriam os fiéis.
Mas se trata tão somente de esclarecer que sem um absoluto, os homens ficariam à mercê deles mesmos, ao inventaram deuses, quiseram também igualar-se a eles. Criaturas que criam mitos para se convencer de que podem impor valores como se estes fossem universais.

Ora, o homem moderno nasce para o saber ocidental como finito, como vida finita, como produtor de bens finitos, como falante de linguagem cujas regras e significados o precedem.
Na modernidade esse ser finito se dissolveu, e Nietzsche anunciou isso antes das novas formações de saber da modernidade (para a próxima postagem deste blog). A novidade seria o super homem (não, não é o do cinema, nem a raça superior nazista).
É aquele que enfrenta sua fragilidade, o que atravessa em uma corda abismos, ele é o destemido, sem medo de punição. Nietzsche é o precursor de nossos tempos "queimou ... as promessas misturadas da dialética e da antropologia" (Foucault em "As Palavras e as Coisas", p. 275).

Marx pertence ao pensamento do século 19. Seria formidável se seus asseclas em pleno século 21 se dessem conta disso!

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