domingo, 23 de junho de 2024

Corpo+alma+automóvel

 Refletir sobre o automóvel?! Sim, pois de certa forma, carros se tornaram parte integrante da vida e das necessidades das pessoas. Passei algumas semanas em casa de minha filha, em Columbus (Ohio, EUA), e o que vi supera em larga medida a extensão do uso do carro para todas as atividades. As distâncias são grandes, de modo geral o trânsito flui, os estacionamentos são enormes, alguns a perder de vista. É o caso do Jardim Zoológico, vi um único ônibus, nenhum de turismo, o acesso, portanto, depende exclusivamente de a pessoa possuir seu carro. Mais de um em geral. Parece que os seres humanos se compõem de corpo, alma e automóvel...

 A peculiaridade é ver-se pouca gente nas ruas caminhando, com exceção dos parques que são muitos, novamente, com acesso apenas por meio do automóvel. Na biblioteca é possível devolver livros sem sair do carro. Foram os americanos que instituíram o drive-thru,  come-se dentro de seu veículo, sem tocar os pés no chão. Com as quantidades gigantes de comida, os atacadões, a consequência desses hábitos de consumo e de locomoção, cresce a olhos vistos o sobrepeso das pessoas. Triste de ver... Tendência essa que existe mesmo aqui no Brasil, infelizmente.

Claro que isso muda na costa leste, Nova York, e, evidentemente nas grandes cidades servidas por metrô.

Pois bem, isso é tudo? Não, é apenas um lado do modo americano de viver. Que dizer do outro lado?

Antes, uma ressalva importante: há que se distanciar do culto ao "american way of life", o americanismo, digamos assim, e distanciar-se igualmente do antiamericanismo produzido pela ideologia desgastada e esquelética que a esquerda ignorantemente impõe. E isso para enxergar e avaliar o outro lado, e esse lado brilha, chega a ofuscar o que acima descrevemos.

Desde o século 19, universidades e centros de pesquisa produzem conhecimento técnico e científico. Ciência, ciência aplicada, alto nível de educação, excelência em ensino superior, inúmeros cientistas laureados com prêmio Nobel de Física e Química. A ilustração acima é do COSI, museu de Columbus que reúne ciência, indústria, experiências, e, ao mesmo tempo interação e divertimento.

E mais, o avanço em tecnologia. E isso em uma das mais importantes e influentes democracias, com incomparável apreço pela liberdade e pela autodeterminação, pelos direitos humanos. Há uma luta  que não cessa e expõe as feridas sem tergiversar de um anacrônico preconceito racial.

E além disso, literatura, música, entretenimento, cinema. Há décadas a indústria cinematográfica produz o que há de melhor em filmes, mas, claro, muita mediocridade. Não há censura e nem medo de sofrer crítica. Jazz, rock, e mesmo música clássica, inspiram e divertem gerações. 

Goste ou não, mas sempre com um olhar crítico, com erros e acertos, os Estados Unidos são o país mais influente do mundo. Ainda...