No filme "Ad Astra", um astronauta obcecado por encontrar vida inteligente em algum ponto do universo, permanece sozinho em uma estação espacial em Saturno. Sua missão falha, e o filho astronauta teria que trazê-lo de volta à Terra, mas não o convence. Ele consola o pai argumentando que afinal nós somos a vida inteligente no universo conhecido.
Ora, o filme envolve uma ideia, uma dúvida, o pai era possuído por uma única ideia, o filho é incumbido de um projeto, em todo projeto há uma ideia.
Algum extra-terrestre teria ideias? A ideia de buscar vida inteligente? Por quais razões?!
A ideia de desvendar mistérios do cosmo e de si mesmo
Os primeiros traços de humanidade provavelmente surgiram ao solucionar problemas, e isso não se faz com atos simplesmente. Os atos precisam de ideias.
As grandes ideias da humanidade produziram efeitos decisivos e permanentes.
A ideia de que há um Deus ou deuses levou à noção do além do homem, divindades podem premiar, castigar, requerem sacrifícios, templos, a noção de pecado e redenção. Na implantação de religiões houve paradoxalmente imposição e violência.
Com as ideias de mente, de consciência, de espírito/alma, de cogito, de razão, surgiram grandes nomes da Filosofia Ocidental.
Exemplos: considerar a ideia superior ao corpo, o inefável oposto ao material, ao carnal, que somos feitos de corpo e alma, que o mais interior, nosso cogito, nos assegura sermos alguém que pensa, portanto existe. Que a razão produz ideias, quer dizer, conceitos, formas puras que filtram o pensar, e, consequentemente, o agir.
Jordan Peterson resume a essencial importância da ideia de ideia, com o Logos no qual os cristãos transformaram o "Eu", esse Logos gera a palavra que ordena o Ser, até a noção moderna de consciência e pensamento.
O eu, o si produziu horrores (nazismo, estalinismo), a contrapartida, o bem, é a própria capacidade do Logos de sair de si, decidir, de responder desde os primevos de nossa história, às demandas do que o cerca. Se não o fizer, morre. Produzimos ideias, conferimos essas ideias com as de outros, com o próprio mundo.
O criador de ideias que indicam ação, liberdade, nobreza, este pode prosseguir, ao passo que o erro não pode. Uma dessas ideias de sucesso é a de ter fé, acreditar faz parte do próprio processo de pensar.
Freud e Jung viram isso, o campo de batalha das ideias, elas conduzem, elas visam algo, uma ideia é motivadora. Já os fatos, estão aí simplesmente. As ideias, em contraposição, são condutoras, por elas se luta, e se preciso for, até a morte.
Convido o leitor a fazer a seguinte experiência:
Quais foram e quais são as ideias que me moveram e que me movem?
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